Um dos rituais dá-se quando chegamos a casa depois de mais um dia de trabalho.
Durante a rotina diária, sofremos várias mudanças. Depois do acordar, metamorfoseamo-nos tentando, por via de roupa/acessórios, colocar um visual dito adequado para a profissão que exercemos.
Eis senão quando chegamos a casa e tiramos a casca.
Libertamos os pés cansados, massacrados dos terríveis sapatos que nos mordem/pisam/arranham durante o dia. É altura de sentir o frio do chão, a massajar a carne liberta e, acto contínuo, enfiar os pés nos chinelos/pantufas/meias/afins, qualquer coisa que permita ao pé recuperar para o dia seguinte.
Segue-se o arrancar de todos os adornos que nos pesam nos dedos, orelhas, pulso, pescoço, cabelo... É com sofreguidão que o fazemos. Parece que desde o momento que entramos pela porta de casa eles nos queimam, fazem-nos alergia.
Por fim, é tempo de nos libertarmos da casca, do revestimento que sempre nos parece apertado, desconfortável, pesado, constritor.
Deixarmos de ser bonecas.
É tempo de libertar a pele, de a colocar no seu ambiente natural, deixá-la respirar, alongar-se e tomar a sua forma natural. È tempo de relaxar, assimilar o ar familiar, aconchegado e íntimo onde podemos ser nós mesmos: O EU COMO SOU/SINTO.
Foto: Paris 2007
Sem comentários:
Enviar um comentário